domingo, 24 de abril de 2016

24 Horas Strong Run a continuação

Ora então vamos lá a essa aventura que foi correr 24 horas por equipas.

Continuação

Sábado amanheceu com chuva, muita chuva, no entanto as previsões para Loulé diziam que a partir das 16 horas não iria chover mais. Menos mal!
Momentos antes da partida

Chegámos ao local às 14 horas e tratámos das formalidades: levantamento de dorsais e um pequeno briefing sobre a prova, mais especificamente sobre a transmissão do testemunho (uma pulseira feita de velcro). Isto tudo porque teria de ser feita a transmissão dentro de um determinado espaço e seguir depois um procedimento para que não houvessem erros com a marcação de voltas no chip.
Nesta altura, eu pessoalmente, já estava bastante nervoso e facilmente irritável, a ansiedade tomava conta de mim e queria começar logo que possível. 
Como referi no post anterior, a Tânia seria a primeira a correr. Estava calma na linha de partida à hora marcada.
Tiro de partida. Iniciado o relógio das 24 horas.

Tudo bem com as primeiras transmissões de testemunho e tal como planeado a Tânia fez 1 volta (6km), a seguir eu, a Rita, o Filipe e de novo a Tânia até perfazer-mos todos 3 voltas, todos com 1:30h de descanso entre cada volta.
Primeiras 3 voltas num total de 18km, sempre a muito bons ritmos tendo em conta o tipo de percurso e a duração total da prova. Tudo bem como planeado!
Mas, e há sempre um mas, a partir daqui tudo começa a mudar, e de que maneira...

Já era de noite e nas últimas voltas o tempo muda e começa a chover, não é muito mas é o suficiente para ficarmos bem molhados ao fim de uma volta! Logo no momento em que iríamos começar a fazer 4 voltas seguidas!

A Rita no final da sua última volta das três primeiras, na passagem que faz pela zona de controlo já avisa o Filipe para calçar os ténis de trail porque o piso no cerro de Santa Luzia começa a ficar com lama e escorregadio. Entretanto fica também algum frio e nevoeiro que com as luzes dos frontais diminui a visibilidade. 

A Tânia inicia as suas 4 voltas (24km) apenas com 1:30h de descanso, eu iria descansar 3 horas, a Rita 4:30h e o Filipe 6 horas. 
Nessas 3 horas aproveitei para jantar e tentar descansar qualquer coisa. Mas a noite estava de chuva e frio, a tenda não era totalmente impermeável e começava a entrar água, mas acima de tudo, a Tânia estava lá fora a correr , à chuva, no frio, já não havia ninguém nas ruas e fazer quatro voltas devia ser muito mau...por isso preparei alguma comida, água e isotônico e sai para a chuva também para lhe ir dar apoio a cada volta. Apesar de tudo a cada passagem ela parece bem.

Realizando só um pequeno parênteses, o circuito da prova (6km) tinha a forma de um 8, ou seja, partiamos do meio, íamos ao cerro de Santa Lúzia, voltávamos a passar no centro e fazíamos a parte baixa da cidade velha de Loulé, voltando outra vez ao centro. Ou seja, passamos 2 vezes pelo centro (onde se encontrava o controlo de passagem).
Mapa do percurso. Como podem ver na zona das bandeirinhas era a partida e chegada, era a zona de concentração onde passávamos 2 vezes a cada volta ao circuito. 

Na última volta ela diz que lá em cima no cerro o trilho parece "manteiga", escorrega muito, já torceu o pé várias vezes, e está bastante cansada. Está prestes a completar um total de 36 kms!

Por esta altura começo a ir à casa de banho vezes de mais para o meu gosto. O meu sistema digestivo começa a ressentir-se e a mobilidade intestinal aumenta o que me leva à sanita 3 vezes seguidas. E quando volto à tenda para me preparar para ir render a Tânia a Rita diz-me que não está a conseguir comer nada...

Recebo o testemunho da Tânia e em pouco tempo percebo que as pernas já não querem cooperar. No primeiro trilho, um single track, começo a escorregar e opto por correr nos "bordos" do trilho que tem erva e escorrega menos, mas ao fim de 100 metros torço o pé, nada de especial mas é um "abre olhos" para ter cuidado e reduzir o ritmo. Era praticamente impossível correr devidamente, toda a zona de trilho está muito perigosa e as zonas de descida com pedras têm de ser feitas a passo. 
A primeira volta ainda assim não corre mal. Mas assim que inicio a segunda volta, a subir, tenho de parar para andar. O frio aperta cada vez mais e estou encharcado, mas ainda tenho 18km pela frente...Começo a mudar bastante o meu estado de espirito. Dá-se uma transformação, sinto que entro noutra "dimensão". Começo a divagar muito nos pensamentos e perco-me em reflexões existenciais...(aquilo por que passei podia ficar só para mim, mas o blog serve também para fazer a catarse das provas, por isso continuo). Começo a ficar profundamente deprimido, cansado e num estado de melancolia. Sentia que estava a "queimar" todos os meus créditos de corrida. A corrida para mim ía acabar quando a prova acabasse, nunca mais queria correr. Não fazia mais sentido correr, sentia o corpo a reclamar, as articulações estavam a emperrar, os músculos latejavam...Entro num estado de transe tal que na parte baixa da cidade sigo em frente numa rua quando era para ter virado à direita. Por sorte tinha acabado de passar outro atleta que quando me vê ao fundo da rua, grita e chama por mim. Acordo, olho em volta e penso - Onde estou eu? estava a dormir? Continuo, adormeço outra vez e no single track torço o pé outra vez.
 - BOLAS! não se vê nada. 
A subir o cerro encontro pessoal da organização a tirar fotos no meio do nada. Estão a fazer o percurso em sentido contrário e sempre vêm se está tudo bem. Esta zona começa a ficar muito perigosa.
 - BOA, FORÇA! desejam-me sorte, dão-me força, mas não consigo reagir. Vou com os olhos no chão a tentar não cair, inundado pelos meus pensamentos.



Algumas das fotos tiradas durante as minhas 4 voltas. A última espelha bem o estado de transe e medo em que ia.

Começo a pensar na Rita que virá a seguir. Ela não vai conseguir, eu não estou a aguentar, ela vai desistir...Apetece-me chorar, já não consigo correr nas descidas também. Passo na zona central da prova e ninguém reage à minha passagem, estão todos recolhidos, está uma noite boa para estar na caminha, no quentinho.
Era este o cenário à noite. Ninguém a não ser um atleta que acaba a sua volta ou um outro que vai iniciar.
Esta é a zona central do circuito. Ao fundo o portico de partida e chegada. Está dividido ao meio porque se corre para lá e para cá.

Terceira volta, metade já está! Por outro lado, ainda faltam 2 voltas!
Single track, deixa-me lá ver bem que já torci o pé por aqui algures... Mas decido parar antes, preciso aliviar a bexiga, venho com uma sensação estranha à algum tempo. Urino pouco, nada de especial, mas sinto-me aliviado. Sigo, e... zás! torço o pé outra vez.
 - FO.... desta vez fico à rasca. Paro para me apoiar a uma árvore a praguejar e passa um atleta por mim que grita:
 - OBRIGADO! 
 - Obrigado o c......
Contínuo, tenho de continuar. Ao passar de novo na zona da meta a caminho da parte baixa da cidade vejo a Tânia. Tal como eu também ela abdica do descanso para me vir dar abastecimento. No entanto recuso, estou demasiado letárgico. Mas quando volto para cima para entrar na última volta paro para beber um pouco de isotónico e comer meia banana. Ela deseja-me sorte e vai-se deitar. Antes acorda a Rita que me irá render.
Última volta, já não me deixo enganar e não torço o pé, faço todo o single track pela direita o mais devagar possível ainda assim a correr (mais tarde, já de dia, constatei que era uma raiz de árvore que atravessava o carreiro na diagonal). Quando passo mais uma vez pela zona da meta a Rita já está à minha espera. Olho para ela e vejo uma cara triste, de medo, está pálida, os olhos fundos e cavados, só consigo dizer:
  - Vai-te preparando! - que belo incentivo, ah amigo!
Cidade velha. Volto e entrego-lhe o testemunho a fazer um esforço para não chorar de cansado, de alívio, de ter terminado e de compaixão pela Rita que vai ter de passar pela tormenta da noite.
 - Vai com calma Rita, se quiseres podes fazer tudo a andar, não te preocupes. É muito duro!
 - Ainda não comi nada, não consigo, fico nauseada, só me apetece vomitar. Responde. E parte então para as suas 4 voltas.

Regresso à tenda, pego nas coisas para ir tomar um banho para aquecer, tenho as mãos congeladas.
O banho revitaliza-me traz-me de volta à realidade. Tenho fome.
A organização disponibilizou senhas para levantarmos 1 sopa e 1 bifana, vou aproveitar agora e depois vou dormir. Mas quando acabo de tomar banho e vou urinar...castanho, castanho escuro, parece ice tea mas mais escuro. Cai-me tudo, e começo logo a pensar o pior. Acabou, para mim a prova acabou! Regresso à tenda e digo à Tânia o que se está a passar.
 - Acabou! ela diz que acabou a corrida.
 - Calma! vamos esperar, vou hidratar bem agora e ver como me sinto.!
Argumentamos um pouco e acordamos que vamos esperar até amanhecer e esperar a próxima micção para avaliar.
Vou então comer e conto ao Filipe o que se passou. Ele, claro, dá-me na cabeça e diz que devo beber mais água!
Enquanto descanso, agora tenho 5 horas até á próxima volta, o Filipe vai para junto da meta para dizer à Rita o que se está a passar e decidem alterar o planeado. Em vez de fazerem 4 voltas a Rita e depois 4 voltas o Filipe, alteram para 2 voltas a Rita, 2 voltas o Filipe e de novo 2 a Rita e 2 o Filipe até perfazerem as 8 voltas que os dois têm de dar. E assim minimizam o cansaço, não se desgastam tanto e mantêm o ritmo. E claro não correm o risco de desenvolver uma lesão renal ou coisa que o valha.

Conseguem superar a noite os dois. O dia nasce e é tempo de a Tânia se preparar para nova volta, desta vez serão 2 de seguida. Levanto-me também e digo que vou à casa de banho.
 - Fazes para uma garrafa que eu quero ver como está Isac! e frisa bem o meu nome.
 - Ok... eu faço... Vou à casa de banho e encontro o Filipe que tal como eu também já anda com o intestino desregulado.
Vou com o coração a bater rápido, nem ouso o que me está a contar, só quero urinar e ver como está a cor. Ele continua a falar a falar, todo empolgado. Começo a urinar e...normal.
 - Está normal, grito. Filipe olha está normal. Fazemos uma festa. Posso correr.
Regresso à tenda e digo à Tânia que está normal, que o Filipe viu. Ele confirma.
 - Está bem vá, mas BEBE ÁGUA!

O que o Filipe me estava a tentar dizer na casa de banho era que a Rita durante a noite quando acabou as suas 2 primeiras voltas se deixou atrasar no regresso e que quando ele estava a terminar as suas e era suposto passar-lhe o testemunho, ela não estava lá e ele coitado teve de fazer mais uma volta extra.

Entretanto decidimos fazer como a Rita e o Filipe e em vez de fazer-mos 2 voltas cada um num total de 4, vamos fazer 1 volta cada um à vez, até um total de 4 na mesma, mas menos cansativo e assim mantemos o ritmo.  É que ao fim de 15 horas de prova com quase 170 kms estamos em 5º lugar num total de 20 equipas.
Ganhamos todos novo animo, mas só mesmo isso porque o corpo está no limite. Faço as 2 voltas em alternância com a Tânia em piloto automático, passa sem dar por isso, faço os piores tempos, desânimo...

No início tinha apostado com a Tânia que seria capaz de fazer tudo numa média de 5min/km, ela disse que estava maluco, que não tenho treinos para isso. Eu, teimoso, aposto que sou capaz de fazer média de 5min/km e que faço as duas últimas voltas abaixo dos 5min/km. Se ganhar, ganho um frontal que ando a "namorar" mas que é um pouco caro. Ela, se ganhar, dou-lhe um relógio que ela anda a "namorar". Pois...mas nesta altura não me parece que esteja bem para o meu lado, mas também já não quero saber, só quero acabar isto tudo e nem sei se sou capaz.

Ao fim destas 2 voltas vou descansar mais um pouco e consigo pela primeira vez dormir 1 hora. Acordo muito melhor. Saiu da tenda e a Rita já está mais bem disposta, diz que já consegue comer.
Todos nós, cada um com o seu problema, os seus limites, de alguma forma conseguimos ultrapassar o limiar do impossível, do nosso impossível. Fazemos uma travessia para onde pensámos não ser capaz de passar.
Em conversa com outros atletas todos dizem que é muito mais difícil este "pára-arranca" que se fosse de seguida era mais fácil. O parar e saber que ainda se tem de fazer mais uma volta é muito desgastante tanto para o corpo como para a mente. Quando o corpo pensa que vai descansar...bimba mais uma volta!

Estamos em 4º lugar em equilíbrio, ou caímos para sexto ou conseguimos um 3º lugar.
A manhã vai a meio, há uma aula de zumba que traz animação ao local, em breve vai haver um jogo de Rugby no campo mesmo ao lado da meta. O ambiente está bem mais animado. O Filipe está empolgado, começa a estudar uma estratégia, a sua veia competitiva vem ao de cima e acredita mais que todos nós que podemos fazer surpresa.
Ninguém nos tomou como ameaça e agora todos nos olham e comentam. Ouvimos comentários quando passamos, conversas que acabam quando nos aproximamos. Uma equipa mista com 2 mulheres estava em 4º lugar em 20 equipas. 5 são equipas mistas, 12 são masculinas e apenas 3 são femininas.

A partir de agora iríamos fazer 1 volta cada um até ao fim, ou seja, descansava-mos 1:30h entre cada volta, à semelhança do que fizemos de início. A Tânia vai em primeiro. Eu entretanto vou bebendo água e mais água para melhorar a função renal. Quando começo a minha volta sinto-me estranhamente bem, vou arriscar. Aumento o ritmo mas tenho de parar a meio, tenho a bexiga a rebentar. Sigo. Passo na zona central e estão todos a gritar por mim (todos é a Tânia a Rita e o Filipe). Ganho animo extra, olho ao relógio e grito para a Tânia:
 - 4:59min/km de média até agora, a aposta mantém-se ;)
Acabo a volta com média de 4:43min/km. Faltam cerca de 3:30 h para o fim da prova. Estamos em 3º lugar. Temos de dar o máximo, a equipa em 5º lugar vai rapidamente ultrapassar a 4ª que está em quebra e se não nos aplicarmos vai-nos passar também.
Com o tempo que falta só vai dar para fazermos 2 voltas cada um. A Tânia e eu já fizemos uma. O Filipe entretanto troca a ordem com a Rita e vai a seguir a mim.
Com um pouco de sorte ainda temos tempo para uma última volta.

Como disse no início, se faltar 1 segundo que seja para as 24horas ainda podemos sair para uma volta, desde que completada em 30 minutos. Essa volta tem de ser feita por nós para mantermos o 3º lugar, caso contrário caímos para 4º. A equipa que nos segue está a crescer e está a uma volta de nós mas a fazer ritmos muito mais rápidos que os nossos.
Pela ordem que seguimos se tivermos tempo para fazer mais uma volta será a Tânia a fazê-la, mas eu voluntario-me para fazer na vez dela. Sinto-me bem e estou a fazer bons ritmos.
O Filipe começa a acusar algum cansaço mas ainda assim mantém um ritmo muito bom, comprovando que é o elemento mais rápido da equipa. A Rita consegue melhorar bastante em relação ao que fez durante a noite e mantém-nos em jogo.

A Tânia parte então para a sua última e dá tudo o que tem. Quando me passa o testemunho só consigo sentir um orgulho enorme na mulher que tenho.
Estugo o passo mais uma vez porque me sinto bem, mas mais uma vez tenho de parar para urinar.
 - Porra! não bebo mais agua! bebi 1,5l na última hora.
Outra volta abaixo dos 5min/km. Estamos quase, passo o testemunho ao Filipe e dou-lhe força para a sua última volta.
Entretanto a Rita está bem mais animada. Os pais e o irmão vieram dar-nos apoio nesta parte final. Prepara-se então para a sua última volta e perguntamos à organização se há algum problema em o irmão dela a acompanhar na sua última volta.
 - Desde que não passe na zona da meta, tudo bem.
Parte então e o irmão junta-se a ela uns metros à frente. Vai feliz, determinada e o irmão não a vai deixar vacilar, puxa por ela. São 15:10h, faltam 50 minutos e temos de completar 2 voltas. Ela consegue fazer 34 minutos na última volta e faz a sua 3ª melhor volta.
A Rita na sua última volta com o irmão.

Faltam 18 minutos para as 24 horas, só tenho de completar a volta e fazemos 3º lugar. Cerro os dentes, sinto-me forte, sinto-me invencível, imparavél...sinto... sinto...sinto vontade de urinar outra vez!!!?? Fonix! Faço-o quase a correr.
Dou tudo por tudo, já há poucos atletas em prova e quando entro na reta da meta para fazer os últimos 100 metros sou bastante aplaudido, na minha modéstia, sinto-me especial, levanto a cabeça, olho em frente e tenho amigos e conhecidos a chamar por mim, a gritar o meu nome. A Tânia está no fim da meta à minha espera. Corto a meta pela última vez e perfaço os 270 km da equipa em 24:10:22 horas.
Eu na reta da meda na ultima volta.

Sinto uma enorme descarga de adrenalina e não me consigo conter, começo a chorar quando fico cara a cara com a Tânia. Atingi o que não imaginava, atingimos todos os nossos limites e ao invés de desistirmos, insistimos e persistimos, tornamo-nos mais fortes. Colhemos os frutos de muitas horas de treino, de tudo o que abdicamos para fazer aquilo que realmente nos dá prazer.
Não consigo parar de chorar. Beijo a Tânia e digo-lhe entre lágrimas (e um pouco de ranho já):
 - Eu disse que era capaz de fazer abaixo dos 5min/km. Quero o meu frontal! 

Os números da equipa:

3ª classifica entre 20 equipas
45 voltas
24:10:22 horas, tempo de prova
270 kms
05:22min/km média de ritmo

Eu:
12 voltas
05:56:34 horas
72 kms
26:40 min, melhor volta
04:57min/km média de ritmo

Ela:
11 voltas
06:01:53 horas
66 kms
29:46 min, melhor volta
05:29min/km média de ritmo

Rita:
11 voltas
06:46:23 horas
66 kms
30:49 min, melhor volta
06:09min/km

Filipe:
11 voltas
05:22:11
66 kms
26:08 min, melhor volta
04:53min/km

O Pódio

Uma equipa Feliz!
Video oficial da prova!


2 comentários:

  1. Este post esta qualquer coisa! O que eu já ri com isto! Muito bom, parabéns! Venham mais momentos de superação e companheirismo; )

    ResponderEliminar
  2. Este post esta qualquer coisa! O que eu já ri com isto! Muito bom, parabéns! Venham mais momentos de superação e companheirismo; )

    ResponderEliminar