À dois anos atrás fazíamos a nossa estreia numa prova oficial de 10km. A nossa primeira e única participação na Corrida do Tejo tinha sido à dois anos na edição de 2011. Na altura havia muito mais nervos, muito menos treinos e no meu caso particular ainda existia muito fumo de tabaco nos pulmões. Na altura eu fiz o tempo de 47:41 e ela 51:10.
Nós os dois à esquerda em 2011 |
Este ano já íamos com mais alguma experiência em termos de provas e muitos mais quilómetros nas pernas. Mas os objectivos mantinham-se iguais, era dar o máximo de nós mesmos e desfrutar de uma prova com 10 mil participantes.
Este ano no dia da prova às 8:30 já nós estávamos estacionados perto da partida a dormitar uns minutos dentro do carro. Estava uma aragem fresca que nos mantinha dentro do carro a ganhar coragem para sair. Com o aproximar da hora de partida a bexiga obrigou-nos a procurar novas paragens. Fomos então beber um cafézinho e esvaziar a bexiga. À entrada do café cruzámo-nos com o João Lima, inconfundível com o seu boné e meias amarelas. Depois foi altura de procurar o nosso curral como lhe chamou o Rui Soeiro.
Ela na entrada do "nosso" bloco, sub 45min. |
Aqui à que referir que ambos tínhamos pulseiras para o sub-45 apesar de na verdade apenas eu ter comprovativo em prova oficial do referido tempo (8ª Corrida do Benfica) e ela acabou por apresentar o da Mini-Maratona UNICEF que só tinha 9,4 km, mas a organização não pediu os comprovativos na entrega do dorsais e nós limitá-mo-nos a honrar os tempos a que nos proponha-mos.
Já no nosso bloco era altura para fazer o aquecimento, corrida pra cá, corrida pra lá, estica aqui, estica ali...fogo acho que estou a ficar cansado, tenho sede, temos de ir à casa de banho outra vez...NERVOS...faltava 15 minutos pra partida e tivemos de fazer um sprint até às casa de banho para aliviar, quase nada...
De volta à partida ainda equacionei a hipótese de ir ao carro deixar o iphone pois havia umas nuvens ao fundo a ameaçar chuva. Mas faltava menos de 10 minutos pra partida e acabei por arriscar.
O "nosso" bloco, a seguir o sub 40 e mais à frente o sub 37min. Por cima ao longe as tais nuvens ameaçadoras! |
Atrás do nosso bloco ficava o "resto do mundo", demasiada gente junta na minha opinião. |
Escassos minutos antes da partida começámos a ser prensados uns contra os outros, mais apertados, mais apertados, chega mais um pouco à frente e...olho pro lado e vejo o António Goucha Soares autor do Livro A Maratona de Nova Iorque, óculos escuros, fita preta na cabeça cheio de estilo...Poucos segundos pra partida damos o nosso beijinho de boa sorte e os desejos mútuos de boa prova, vai devagar com cuidado e tal... Só ouvimos o speaker a dizer que já tinha começado, não ouvimos nenhum sinal nem alarido, NADA, simplesmente a multidão começa a andar...
Primeiros 300/400 metros quase a passo e primeiro km a 4:44 o mais lento de toda a prova. Quase impossível correr sem encalhar em alguém, sem dar um encontrão aqui, levar uma pisadela ali...com licença, olhe desculpe...Muita gente na conversa e na brincadeira no primeiro km. Depois começa a primeira subida e muitos dos artistas começam a ficar para trás, no final da subida quando já vou a bom ritmo começo a ver ao longe alguém conhecido, chego mais à frente e...é ela!!?, como é que é possível já vir aqui???partimos juntos e ela rapidamente se consegue desenvencilhar naquela multidão e eu só a consigo alcançar quase ao km 3. Dou-lhe um toquezinho e digo "já vais aqui???,fogo..." ela de phones nos ouvidos, levanta os olhos do chão e olha pra mim com aquela cara...o que é que este quer agora? OK, já vai em piloto automático, não digo mais nada... xau boa sorte...
Entre o km 3 e 4, no primeiro abastecimento pego numa garrafa de água molho a boca lavo a cara e fora que já pesa... Quilometro 7 segundo abastecimento, sinto sede e apanho nova garrafa, ao tentar beber com a respiração tão acelerada como ia acabo por engolir mais ar que água e passo os metros seguintes com soluços e a arrotar.
No final do km 8 começo a ouvir o speaker da prova a anunciar as vencedoras femininas e a incentivar quem ainda vai a tempo de fazer sub 40 min. Eu à muito que tinha passado a bandeira a assinalar os sub 45 min mas nunca cheguei a ver a de sub 40 durante toda a prova. O km 9 foi o pior de todos, muito sofrido, já com muito calor (e eu com medo que fosse chover...) quando chego à rotunda pra dar a volta as pernas dizem "já chega, a partir daqui vais devagar", e lá me arrastei até à meta pra conseguir bater o meu recorde pessoal. Garmin e tempo de chip diferem um segundo, terminei com 43:12 ficando em 468º da geral masculina e ela com 44:27, ficando em 20º da geral feminina.
Assim que acabei a prova encostei-me ao gradeamento à espera dela chegar e assim que nos encontramos e nos felicitamos pelo tempo aparece o Sílvio Horta. Afinal sempre conseguimos encontrar alguém conhecido, ou alguém nos encontra.
Depois do final foi o que mais deu que falar nas redes sociais: a falta de água. Parece que a indicação que os voluntários tinham era apenas entregar uma peça de fruta e uma garrafa de água. Eles cumpriram à risca, só uma água por pessoa. Eu e ela conseguimos que uma das voluntárias nos desse mais uma garrafa a cada um mas foi exceção à regra pois o Sílvio e o amigo Rui não tiveram tanta sorte, eles e muito mais gente que ia pedir mais água. Mas ali mesmo ao lado havia um chafariz onde se podia encher as garrafas à vontade. E ainda havia as mesas com Powerade onde pude repetir 4 vezes. Repetimos porque o plano era voltarmos os quatro para Algés a correr, em ritmo bem lento de recuperação. Então lá corremos de volta em plena cavaqueira, com o mar ainda mais perto e o sol mais forte, no final ficamos com um belo bronzeado à pedreiro...
E foi assim que se passou uma excelente manhã de domingo. Simplesmente adorámos a prova e no final agradecemos a boa companhia de regresso ao Sílvio e ao Rui. Esperemos que se repita mais vezes.
Até já e boas corridas!
Eu à chegada já com cara de sofrimento (atenção sou aquele com os óculos na cabeça) |
Ela a voar baixinho, também já na reta da meta. |
Assim que acabei a prova encostei-me ao gradeamento à espera dela chegar e assim que nos encontramos e nos felicitamos pelo tempo aparece o Sílvio Horta. Afinal sempre conseguimos encontrar alguém conhecido, ou alguém nos encontra.
Depois do final foi o que mais deu que falar nas redes sociais: a falta de água. Parece que a indicação que os voluntários tinham era apenas entregar uma peça de fruta e uma garrafa de água. Eles cumpriram à risca, só uma água por pessoa. Eu e ela conseguimos que uma das voluntárias nos desse mais uma garrafa a cada um mas foi exceção à regra pois o Sílvio e o amigo Rui não tiveram tanta sorte, eles e muito mais gente que ia pedir mais água. Mas ali mesmo ao lado havia um chafariz onde se podia encher as garrafas à vontade. E ainda havia as mesas com Powerade onde pude repetir 4 vezes. Repetimos porque o plano era voltarmos os quatro para Algés a correr, em ritmo bem lento de recuperação. Então lá corremos de volta em plena cavaqueira, com o mar ainda mais perto e o sol mais forte, no final ficamos com um belo bronzeado à pedreiro...
E foi assim que se passou uma excelente manhã de domingo. Simplesmente adorámos a prova e no final agradecemos a boa companhia de regresso ao Sílvio e ao Rui. Esperemos que se repita mais vezes.
Caras de satisfeitos e de "para o ano há mais..." |
Parabéns pelo recorde pessoal! Quem me dera fazer estes tempos... Também gostei muito da vossa companhia no regresso, quase nem dei por os kms passarem. Temos que repetir mais vezes. Pode ser em Sesimbra por exemplo... :D
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