domingo, 28 de abril de 2013

A locomotiva


E este é o primeiro escolhido! Correr de Jean Echenoz é um livro que se lê realmente a correr. De fácil leitura, não tem muitas páginas e tem uma narrativa simples e fluída. 

Este livro retrata a vida de um dos maiores corredores da história do atletismo. Emil Zatopek, a locomotiva humana, como foi apelidado, foi um atleta ímpar na história das corridas de meio fundo e fundo.

Nascido na Checoslováquia a 19 de Setembro de 1922 inicia-se nas corridas como que contrariado e quase por acaso. O livro narra-nos a história de um atleta fantástico, capaz de feitos incríveis. 
Depressa se consegue perceber que estava muito à frente em termos de treino, sendo ele o pai do treino intervalado.
Contudo, este viria a ser manipulado pelo regime político existente no seu país, impedido de sair e participar em provas além fronteiras. Das vezes que o fez regressou sempre como um herói nacional que era idolatrado por todos. No entanto como todos os ídolos à sempre alguém que fala mal deles e os tenta deitar abaixo. Zatopek não foi excepção, chegando a ser impedido de entrar no Brasil e em França por alegadas declarações à imprensa.

É fácil sermos quase como que teleportados algures para uma bancada de um dos estádios onde ele corre e nos levantar-mos a aplaudir Zatopek. Ou então, ficarmos com a cabeça à roda de tantas voltas que ele dá à pista durante os treinos. Também ficamos capazes de atacar alguns dos senhores que o manipulavam ou deturpavam as suas declarações.

Ficamos com a ideia de que a locomotiva só é realmnte locomotiva dentro das pistas. Durante as corridas Zatopek é simples, dedicado, afectuoso, persistente e inovador. Nas pistas é demolidor, uma autêntica locomotiva que vai mastigando os seus adversários com o seu estilo único.

É um livro que recomendo pra quem gosta de história e de correr, é claro :-)

Fica aqui um vídeo de um dos seus grandes feitos. Quando no ano de 1952, nos jogos olímpicos de Helsínquia, consegue arrecadar a medalha de ouro nos 5000, 10000 e maratona.


Até já!

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